Por meio de reflexões sobre a história política e cultural do Brasil entre os anos 1960 e 1980, o curso analisa partes da trajetória artística de Leon Hirszman, um dos principais realizadores do movimento conhecido como Cinema Novo. Cineasta de tradição realista, cuja obra transitou entre a militância política, a cultura popular e o apuro estético, Hirszman dirigiu filmes que propuseram leituras críticas em torno das heranças autoritárias do país.

Como artista que atualizou constantemente suas práticas de engajamento, que buscou um cinema em diálogo com amplo público, sua trajetória foi marcada pelo envolvimento com a resistência cultural em oposição à ditadura militar existente no Brasil entre 1964 e 1985. Durante o curso, serão comentados filmes como Pedreira de São Diogo (1962), S. Bernardo (1972-74), Partido alto (1976-82), ABC da greve (1979-90) e Eles não usam black-tie (1981).

Sobre o oficineiro:

Reinaldo Cardenuto é Professor Adjunto do Departamento de Cinema e Vídeo da Universidade Federal Fluminense e possui doutorado em Meios e Processos Audiovisuais (ECA-USP). Dentre suas publicações, destaca-se o livro Por um cinema popular: Leon Hirszman, política e resistência (Ateliê Editorial, 2020, finalista do prêmio Jabuti). Em 2016, dirigiu o documentário Entre imagens (intervalos) e organizou o livro Antonio Benetazzo, permanências do sensível. No ano de 2019, em parceria com o Laboratório Universitário de Preservação Audiovisual (LUPA) da UFF, realizou uma reconstituição do filme desaparecido Acabaram-se os otários (1929), comédia originalmente dirigida por Luiz de Barros. Docente do Programa de Pós-Graduação em Cinema e Audiovisual (PPGCine) da UFF, também atua como coordenador editorial da revista acadêmica C-Legenda.

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